Jardim de Hogwarts

You make me

- Ei! - Disse alto e suavemente, passando os braços pelo pescoço de James e pulando em suas costas. Ele nem se virou para checar quem era, apenas segurou minhas pernas em torno de seu tronco. Gargalhei, encostando o queixo no topo de sua cabeça. Ele fez um giro e começou a correr comigo ali. Até que o cansaço e a dor nas costas o venceu e ele se jogou no chão, puxando meus braços para o lado e depois para a frente, me fazendo rodopiar, girando em torno dele até cair em seu colo. Ele sorriu, notando como eu estava diferente. Eu não sei... Apenas sentia mais necessidade de me arrumar quando ia o ver. Ele era muito especial. - Eu me sinto diferente. Por que? Está ruim? - James apenas abaixou o rosto até seus lábios tocarem os meus e depois se afastou de novo. Rolei os olhos, puxando-o pela camisa para baixo para que ele me desse um beijo decente. Minha mão se arrastou pelo tronco dele até sua nuca e o puxou, pressionando-o contra mim, como se fosse possível chegá-lo para mais perto. Meu cérebro para de trabalhar, mas meu coração bati mais rápido que nunca, na verdade, bateu do jeito que sempre bate quando eu estou com ele: louca e freneticamente. Então parei, me afastando alguns milímetros. - Ouviu isso? - James pareceu confuso. - Alguma coisa... caindo... quebrando... - Ele saiu de cima de mim e eu consegui ver. Alguma aura negra vinda que algum lugar, talvez do chão, subia e se prendia à barreira de Hogwarts. E então foi como se eu pudesse ouvir a barreira se quebrando como ouvira algo antes. E a aura negra subiu mais e tornou o céu inteiro escuro. - O que é isso? - Murmurei. James balançou a cabeça, como se dissesse "eu não sei". Melissa passou correndo alguns metros mais distantes de nós. Jamie a gritou. Quando ela se virou, me arrepiei. Os olhos dela estavam completamente negros. A pupila já preta, a íris e até a esclerótica. Parecia um... demônio. Pensei que ela não nos deixaria vivos. Mas Melissa simplesmente se virou e voltou a correr. Nos viramos para olhar onde ela estava indo. Estava indo ao encontro de um grupo muito grande de pessoas. Haviam mais pessoas que estudantes. E algumas delas usavam uma roupa parecida com as de... James me puxou para trás dele enquanto se levantava e fazia uma ligação. Eram comensais. Eu tinha certeza. - Pra quem está ligando? - Não me espantei com a resposta. - O que ele pode fazer, Jamie? Seu pai está muito longe! - Lembrei. Ele me encarou, mas Harry pareceu atender na hora, não liguei. - Não o chame... Não vão poder nos ver juntos e não quero me afastar de você. - Murmurei. Mas ele pareceu me ignorar. Fiz um bico. - Não é justo, é meu aniversário, eu deveria escolher. - Reclamei. James rolou os olhos e acabou a ligação, desligando. - O que ele disse? - perguntei, curiosa. Estavam a caminho, ótimo. Mas eu devia parar de ser egoísta e ver a situação real: um bando de comensais invadindo a escola. - No meu aniversário... - Choraminguei. O grifino segurou meu rosto e disse que ia ficar tudo bem, que não ia ser meu último aniversário, nada ia me acontecer porque ele não iria deixar. - Não preciso de um segurança particular! - Protestei, mas ele me puxou para frente e me beijou de novo. Relutante, correspondi. Meus braços envolviam seu pescoço, minhas mãos se entrelaçando em suas costas. Acho que ficamos um bom tempo nos beijando. Até ouvirmos alguém pigarreando. Nos afastamos imediatamente, olhando para a origem do som. Quem fizera o barulho fora Harry, mas metade dos Weasley - todos que estavam ali - nos encaravam. Incluindo meu pai, que tinha o cenho franzido. Eu estava constrangida demais para falar. Harry murmurou algo como "falamos sobre isso depois" e perguntou a James onde estavam os irmãos dele e Ana. James pareceu confuso novamente. - Ana não está aqui, não a vimos. - Respondi. Ele riu e contestou. Onde Ana fora se meter! Silêncio. - Então é isso? A batalha começou? - Todos me encararam, mas ninguém teve coragem de responder.