O Lago de Hogwarts

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Um dos locais mais frequentados pelos alunos, talvez pela brisa fresca que proporciona. Deve-se ter muito cuidadi para não cair no lago, pois ali encontram-se vários animais perigosos, como sereianos.

Alvo não estava no seu melhor dia. Se houvesse TPM para homens hoje seria seu dia predominante no calendário da menstruação masculina. Falar com Nina do jeito que tinha falado na noite anterior o deixara irritado. Ainda mais depois de Yasmin ficar ignorando-o. Sabia que não podia tê-la do jeito que queria, mas poderia tê-la de outros jeitos. Mas a garota estava distante e não há amizade com tantas distância. Não nesse sentido da palavra. Ele ainda havia passado metade do dia com a prima Roxanne, tentando animá-la sem sucesso. Acabou por desistir, mas deixando uma lata de sorvete para prima que tanto amava. Não bebera, então não tinha nenhum pouco de ressaca, embora parecesse que sim pelo seu humor amargo. E agora a ligação de Ana caíra do nada. Isso estava deixando-o maluco. Como ela descobrira da gravidez? Alguém certamente ouvira o barraco de Nina. Ai como estava odiando ter tido qualquer espécie de envolvimento com aquela garota. Sua primeira vez não devia ter sido com uma irresponsável daquele tamanho. Mas não era isso que tanto o preocupava. Queria entender do que Ana falava. O que ela queria contar e porque seu tom de voz parecia tão compreensivo quando ele imaginara a tia surtando em todas as vezes que contava a ela em seus devaneios. Mas em uma coisa ela estivera certa. Não devia tê-la abandonado sozinha e desnorteada daquele jeito. Mas se casar com Sean? Não era demais para uma menina que acabara de fazer dezesseis? Certo que ela já era maior de idade e que bruxos da antiguidade se casavam mais cedo ainda, que até Romeu e Julieta, no maior clássico da literatura, pretendiam se casar aos 13/14, mas não era por ai. E ela não era assim. Devia de ter uma boa razão.
Ouviu um barulho atrás de si. Pensou em apontar a varinha e verificar que era, mas quem demais seria? Nada de mal, de certo. A não ser que fosse Nina. Ele mal aguentava olhar na cara da loira irritante. Não se virou, apenas continuou sentado, encarando o lago, com o celular no colo, o qual ele usara para tentar retornar a ligação de Ana várias vezes, mas em todas as vezes só ouviu o "bip" inútil do telefone até a telefonista se dar conta que "o telefone está fora de área ou desligado". Ótimo. Agora apenas esperava que ela o ligasse depois e contasse o resto da história. Eles já estava ficando nervoso, até que uma mão tocou-lhe o ombro. Não precisou se virar. – Pensei que estava com raiva de mim. Tudo bem, nada me faz melhor que sua companhia, senta. – Pediu a Yasmin. Ela o fez. E então o encarou. Ele apenas continuava encarando o lago. Yasmin franziu o cenho e Alvo imaginou no que ela estaria pensando. Seria até uma sensação boa que ela se preocupasse com ele. E era o que ela estava fazendo. Perguntou-lhe o que ele tinha, porque era visível que tinha alguma coisa, e ele sabia que estava sendo transparente. – É Ana, ela quer me contar algo, mas a ligação caiu quando ela ia falar. Ela provavelmente está com muito ódio de mim por eu não ter contando... ahn, uma coisa pra ela. Mas até que ela está certa, porque eu fiz uma coisa muito errada, Yas. Um erro enorme. Ela tem razão de estar brava. – Desabafou, deixando que Yasmin deitasse em seu colo.

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But every time I look at you I just don't care

Avistei Alvo próximo ao lago. Parecia tenso até mesmo de costas e de longe. Fiquei encarando-o de onde estava, eu não sabia se devia ir até ele, principalmente depois do que ocorrera ontem, pois achava que ele estaria com raiva de mim, mas, mesmo assim, fui. Toquei seu ombro e ele nem precisou se virar para reconhecer que era eu.
Acho que ele estranhou minha presença e achava que eu estivesse com raiva dele, mas logo depois pediu para que eu me sentasse. Me sentei e encarei o lago até me reparar que a minha atenção estava a 0 hoje.
"Parece que nós dois nos enganamos. Eu não conseguiria ficar com raiva de você nem se eu quisesse. O que você tem? Não venha me dizer que não tem nada." E graças a Merlin ele não veio com a viadagem de dizer que não era nada. Alguma coisa que ele fez e não contara a Ana, a deixou irritada e eu adoraria perguntar o que era, mas preferi ficar quieta no meu canto.
Quando terminou de desabafar me deixou deitar em seu colo. Pensava em que coisa tão errada o senhor certinho poderia ter feito. Não devia ser algo tão grave, digo, ele é Alvo Severo Potter, é responsável e sempre faz tudo certo, talvez esse errado seja apenas algo que deixou a linha reta, um pouco torta. "Ah, me desculpe por ontem. Era uma Yasmin bêbada falando." ele disse que estava tudo bem e que eu não tinha culpa, que ele realmente cuidava muito da minha vida, mas não estava tudo bem, ele se preocupava comigo e eu não tinha percebido ainda, me sinto culpada.
"Voltando ao assunto, o que você fez foi tão errado assim? Digo, a Ana está grávida e..." Por que eu não penso antes de falar as coisas? Eu devia parar de falar tudo o que eu penso de cara porque eu ainda vou arranjar confusões muito piores com esse hábito.

Quando Yasmin colocou a cabeça em meu colo, não consegui me conter em acariciá-lo, brincando com os cabelos dela, segurando-os sem nada de firmeza e deixando que eles escorregassem por entre os espaços dos meus dedos. Era assim que era meu sentimento por ela. Escorregadio. Não que não fosse algo constante, era. Eu sabia bem o que queria, o que sentia, mas era o que nossa relação era. Melhores amigos que deixam que o outro o evite, porque entende, de certa forma, que não da pra ficar tão perto do outro sem... Sem sentir o que se sente. Eu queria acabar com tudo isso e ficar com ela de uma vez por todas, mas eu havia feito algo errado. Não queria correr o risco de fazer de novo, mas dessa vez com ela, que eu amo de verdade. Eu não a merecia e ainda tinha um filho pra cuidar. E tinha a minha tia que eu tinha que cuidar e colocar juízo na cabeça. Mas eu estava completamente apaixonado e não queria, ao mesmo tempo, acabar com tudo, mesmo que ficasse apenas sendo amigo dela pra sempre. – Nem se desculpe, você não que do que se desculpar. Aliás, você estava certa. Eu tinha que te deixar viver sua vida, eu não tenho nada haver se você quer beber ou não. E eu não devia me preocupar tanto mesmo, me desculpe se te enchi. – Pedi, me lembrando do que ela dissera na noite anterior. O humor dela fora ácido, mas tudo que ela dissera estava certo. Eu não devia ficar me metendo no que ela faz, por mais que fossemos melhores amigos ou quase isso. Eu tentara protege-la, mas talvez ela não precisasse de proteção. Nem quando fosse cair de cara. Literalmente. O problema era que eu me preocupava demais e ela ainda era completamente apaixonada pelo Josh. Claro que haviam acontecido coisas estranhas entre nós dois, um jeito de nos olharmos, como quando quase nos beijamos na cozinha, depois de uma longa conversa. Teria acontecido se ela não "tivesse" que voltar ao quarto. Embora, na época, eu ainda estivesse oficialmente namorando Nina.
Ela voltou ao assunto e eu pisquei, me lembrando que ainda estava com os dois pés no chão, na Terra. Minha cara deve ter sido ou muito engraçada ou muito trágica, porque ela me olhou de um jeito estranho, mordendo o lábio. Como assim grávida? Então era por isso que ela tinha soado não compreensiva. Porque ela estava passando pela mesma coisa que Nina, mas com o Sean do lado dela... SEAN! E ELA NÃO CONTOU TAMBÉM! Peguei o telefone e comecei a discar pra ela, mas o bip não terminava. Não estava mais fora de área. Será que ela estava me evitando? – Pelo amor de Merlin!– Me virei para Yasmin, que tinha se levantado subitamente do meu colo quando falara da gravidez. – Yas, me diz que você tá brincando...– Claro que ela só brincaria com uma coisa dessas se ainda estivesse bêbada, o que não parecia ser o caso. Um turbilhão de pensamentos me vieram em mente e eu quase fiquei maluco. Mas um sobressaiu sobre todos os outros. Levantei-me, fechando os punhos com força, trincando os dentes e comprimindo as sobrancelhas. – SEAAAAAAAN! – Gritei, mas para mim mesmo, como se anunciasse que seria enterrado vivo hoje.

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Não sei se ele ainda estava tenso e agora com raiva do Sean também, ou se toda a tensão se transformara em raiva do Sean, mas sei que na primeira oportunidade que tivesse, partiria pra cima dele e o socaria até vê-lo morto. "Olha, vamos desviar sua atenção do Sean, pode ser? Vê se você esfria a cabeça... pensa em outra coisa que te preocupa." Ele deixou que eu deitasse em seu colo novamente e voltou a acariciar meu cabelo.
Acabou que a atenção foi desviada para mim e para as minhas preocupações, com ele me perguntando do Josh. Sobre aquela maldita pessoinha chamada Josh que me fez passar boa parte do meu tempo trancada no quarto chorando e me sentindo um grande pedaço de nada. "Me ajuda? Por favor." Me virei, ficando com a barriga para cima, para que eu pudesse olhar para Alvo, que tinha uma expressão confusa no rosto. "Eu preciso saber se o Josh gosta ou não de mim e... eu sei que você acabou de terminar seu namoro com a Nina, mas... eu to precisando da sua ajuda... eu pensei em provocar ele e... fingir um namoro..." Ele demorou um pouco para responder e eu comecei a pensar que devia ter ficado quieta, e que essa tinha sido a coisa mais ridícula que eu já falara em toda a minha vida. Mas ele acabou aceitando. "Sério??" Me levantei tão rápido que fiquei até tonta e beijei sua bochecha "Eu te amo, te amo, te amo, te amo" E voltava a beijar sua bochecha a cada vez que eu dizia um 'te amo'.