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Observatório de Astronomia

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:08

Com passos acelerados e sedentos por um local vazio para pensar, eu ouvia o ecoar de meus tênis nos corredores e escadarias que eu cruzava em minha busca. Era uma surpresa, já que aquilo era sempre cheio de gente ansiosa, desesperada, gente desocupada, ocupada... Enfim, sempre tinha alguém. No período de aulas, né? Pois agora os estudantes de Beauxbatons não queriam nem saber de por os pés aqui. Esses queriam mesmo é suas mansões, suas férias, sua curtição. E eu ali em busca de respostas. De um jeito ou de outro, eu não estava bem o suficiente pra aproveitar de tal modo então por que ficar na mansão? Cá estou eu, quase que me arrependendo de ter feito isso, porque o ar de solidão desta vez não me ajudava nem um pouco. Mas eu era teimosa e desafiava a minha própria consciência, que antes debatera mil vezes com meu lado mais tolo que decidira retornar. Agora toma na jaca, tapa na cara da sociedade, Mellanie.

Eu levava um caminho pelas escadarias meio que sem rumo, até que me deparei num lugar que ao mesmo tempo que transmitia uma sensação de calma, também me trazia muitas lembranças. Cruzei os braços, soltando um bufo meio que involuntário ao notar que me encontrava no Observatório de Astronomia. — É né? Pelo menos o lugar tá vazio. — Dei de ombros, coçando a nuca e adentrando mais o local. Eu precisava parar com a minha mania de ficar falando sozinha, isso ficou muito constante e não quero que os meus colegas pensem que tem uma aluna doida que precisa de tratamento. Não, não mesmo. Fui ao canto mais próximo da área onde eu estava, sentando-me sem me importar com o que possivelmente sujaria minhas vestes. Tirei a varinha de minhas vestes e comecei a girar a mesma por entre os dedos, distraidamente. Daora a vida. G_G'
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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:09


Forget?
wait... you?!

Perdi a noção do tempo. Só isso. Nas férias parecia que aquele lugar continuava o mesmo, que não amanhecia, não anoitecia. Poderia ser hora da ronda dos monitores ou do almoço. Não sabia. Não tinha nem dormido com medo de ser a hora errada e acabar afetando meu sistema, meus horários. Quando havia me cansado - no dia anterior, creio eu - me sentara em um corredor, encostada na parede e ficara lendo um livro. Ninguém havia me notado. Um monitor passou na minha frente mais nem parou para me dar atenção. Havia dado de ombros e continuado a ler o livro. Mais tarde fui até os jardins e tirei um cochilo em baixo da árvore. O sono me consumia. Agora me perdia nos corredores e escadas do castelo. Olhei pra cima da escada, me localizando. Subindo mais um pouco, estaria no Observatório de Astronomia. Dei de ombros e subi apressada as escadas.

Olhei em volta. Um vento frio percorria a sala. Parecia não haver ninguém no local, até que percebi um vulto sentado de costas no chão. Era bom ter uma companhia a mais, porque não queria ficar sozinha e voltara a pensar em tudo. Não fazia muito bem pra mim e tinha a sensação de vertigem. Meu cabelo esvoaçava e como naquelas cenas de filme, eu sorri e me pronunciei. - Olá? - Ela parou por um instante e percebi que o vento também parou quando ela se virou. Eu quis me segurar, mas não encontrei nada para me apoiar. - V-você... Quem é você?

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:10

Eu podia estar com a mente bem lá longe, fora de órbita, com a mente completamente desligada de um mundo que não fosse o da minha varinha de carvalho girando loucamente em minha mão, no entanto com isso eu não ficava surda. Não não não. Eu pude ouvir muito bem os passos que ecoavam lá fora, e tudo indicava que um indivíduo vinha pra cá, atormentar independente das intenções com qual procurava coincidentemente o mesmo local que eu me encontrava. Parei bruscamente de brincar com o que eu estava em mãos, segurando a madeira de carvalho com força e guardando-a em minhas vestes. Com um suspiro meio furioso, cruzei os braços e tentei relaxar o máximo possível a minha expressão, torcendo pra ser fria o suficiente para conseguir dar um gelo tão lindo até que a pessoa desista e vá embora.

Não ia dar certo. Por quê? Uma pessoa desconhecida que eu não julgava ser uma companhia muito agradável invadiu o local. Pensei em ignorar quando a desconhecida falou comigo, mas convenhamos que eu não devia ser tão arrogante com ela, não pera. — Hm? — Levantei-me, jogando a franja pra trás como se fosse pra dar um ar mais confiante; eu não sei a lógica que eu achava nisso, mas entanto não importa, era a minha lógica. Ergui meu rosto para ver quem era, e foi aí que eu me arrependi. — Eu, eu quem devo perguntar isso aqui. Quem é você? — Fiz o máximo para poder sustentar meu corpo em pé, mas tal ato foi em vão, e acabei me apoiando uma coluna logo atrás de mim, tentando entender os fatos.
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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:12


Forget?
wait... you?!

Apertei os olhos o máximo que pude. Minhas lentes estavam no dormitório e podia ser apenas alguém parecido... Ela era morena e tinha os olhos castanhos, exatamente como eu. Não confundiria aquele cabeção e aquela cara de biscoito com qualquer outra. Olhei um pouco mais baixo do pescoço dela. Suas vestes me permitiram localizá-la. A pinta de nascença... Logo em cima do seio. Não podia ser. Se passara tanto tempo, minhas memórias mal tinham voltado... Eu só conseguia me lembrar que tinha sido eu a estragar tudo. Eu fora apanhada e acabara num orfanato. A culpa era minha. Uma lágrima escorreu do meu olho, a idiota. Senti minha pulseira queimando em meu braço. Uma pulseirinha que tinha desde pequenina, era de ouro e possuía meu nome gravado.

Ela parecia tão surpresa quanto eu, mas... Quem era ela? Parecia um pouco grossa. Suspirei pesadamente, buscando ar. Se minhas lembranças não haviam voltado não poderia descobrir sozinha qual delas a garota na minha frente era. - Eu sou Lucy - Disse, tentando me manter calma e sã. Eu tinha uma família e tinha que mantê-la em minha cabeça. Minha mãe, Demétria, minha irmã registrada como gêmea, Amber, minhas primas, Cassidy, Milla, Nathalie. Não podia esquecê-los como acontecera no passado. Como os esquecera, mesmo sem querer. Ela ainda parecia perplexa. - Você, ahn, você se parece comigo... Por favor, me diga quem é você... E-eu... Minhas lembranças... - Não sabia se devia dizer algo sobre minhas lembranças a ela. E se não fosse quem eu achava ser?

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:14

Muita coisa acontecendo. Muita coisa para meu cérebro absorver tão rapidamente. Era difícil descobrir quem estaria mais nervosa entre nós duas e também descobrir quem escondia ainda mais tal coisa. Apesar de que ela parecia ceder aos poucos. Não conseguira nem por um segundo tirar os olhos daquela garota idêntica a mim, até a pinta acima do seio, ela possuía, e com certeza não teria mais o que duvidar; pelo menos não desse detalhe. Se eu fosse tentar me auto-explicar/entender aquilo tudo, seria inútil devido as minhas poucas lembranças sobre meu passado. Bryan nunca foi de me contar muito sobre mãe, menos ainda de irmãs gêmeas separadas pelo mundo afora... E agora me acontece, isso? Minha cabeça pesava um quilo. Senti uma leve pontada na cabeça seguida de uma tontura, logo procurei apoiar-me na coluna com as duas mãos. Okey okey okey, isso estava piorando e daqui a pouco alguém iria parar na enfermaria.

Notei uma lágrima cair pelo rosto dela, o que me fez respirar fundo, e sem hesitar mantive a frieza de sempre, todavia era quase uma missão impossível, convenhamos. — Mellanie. — Murmurei, num tom suave e baixando a cabeça. Evitava qualquer tipo de movimento brusco e rápido, para não me dar mais uma tontura, ou coisa pior. Ergui o olhar, mais uma vez, quando a ouvi falar sobre lembranças, pedindo para falar sobre mim ou tipo isso. — Ahn... Pelo que parece somos, gêmeas, é. Não sei o que falar.Na verdade não sei se devo falar. Concluí mentalmente enquanto passava a mão no cabelo novamente, pondo-o totalmente para trás. E se eu falasse algo que piorasse tudo? Sei lá, sei lá.
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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:15


Forget?
wait... you?!

Minha cabeça latejava, eu acho. Eu não estava conseguindo nem sequer respirar direito. Piorou quando ela disse o nome dela. Mellanie... Eu conhecia aquele nome, eu já ouvira falar dela, sabia que era, mas por mais que me forçasse não conseguia me lembrar. Isso era completamente frustrante. Nada antes dos oito anos vinha em minha cabeça. 'Sua mãe se chamava Mellanie, Lucy', me veio na cabeça a voz de uma mulher, provavelmente velhinha. Uma voz que me atormentava todos os anos da minha vida, me forçando a lembrar. 'Onde quer que ela esteja ela está feliz por vocês estarem bem.' O 'vocês' ecoava em minha mente. Quem eram 'vocês'? Eu e Amber? A minha irmã é a Amber. Olhe sua certidão, Lucy, está escrito Amber. Mas porque eu ainda duvidava?

Ela se apoiava em algo, mas eu fitava o chão, sem condição de olhar para Mellanie. Se soubesse desse encontro não teria pintado meus cabelos de loiros, deixaria que ela visse que eu não era falsa. 'Você é a mais velha. Cuide delas, Lucy. Fique de olhos nelas. Vocês quatro são joias raras, Anne, Carrie, Mellanie...' - AHH! - Gritei, tentando me segurar em algo antes que tudo escurecesse.

Eu estava em uma casa bonitinha, haviam peças de chá e várias coisas cor-de-rosa. Quatro menininhas idênticas corriam pela sala, por entre as poltronas. Uma delas começou a gritar algo como, 'eu vou te pegar, Lucy!', e então tocou na provável 'eu' que disse algo como, 'ah não, Mell!', mas a tal Mell correu para longe dela. Tudo escureceu novamente e a visão mudou. As quatro pareciam mais velhas. Sete anos? E estavam com mochilas nas costas, saindo escondidas de casa. Uma delas sorriu, fechando a porta.

Tudo foi voltando ao foco. A sala ainda girava. Eu deveria ter caído, estava sentada, Mellanie mantendo certa distância. - Anne, Carrie e... Mellanie? - Balbuciei os primeiros nomes e o último soou como uma pergunta. Minhas lembranças tinham voltado? Me forcei a lembrar ainda nada. Só três nomes: Anne, Carrie e Mellanie.

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:16

Procurava o que falar, mas o que diria exatamente? Nunca fui boa com palavras, só pensava em diversas maneira de acalmar tal situação. Eu tinha um pressentimento ruim, e não é por causa de meu otimismo ser lindamente negativo, mas sim porque já via as coisas piorarem a cada minuto. Agora sim! Lembrara do nome Lucy, Bryan havia contado-me os nomes de minhas gêmeas, mas não era nada fácil lembrar de coisas que aconteceram anos atrás. Talvez ela soubesse da historia, talvez não, precisava conversar calmamente com ela mas nesse estado, melhor nem comentar. O que falta acontecer agora? Aparecer mais problemas como esse?! Não estou pedindo isso, foi apenas um simples comentário de uma mente extremamente confusa. A única coisa que tinha certeza no momento é que minha família era os Wittelsbach, com meu pai e outros poucos parentes, e eram neles que eu realmente confiava. Ninguém além deles merecia minha total confiança. Mas, agora, aqui, sem nenhum parente que conhecesse, em quem devo confiar? Toma na jaca de novo, Mellanie.

Pesadelo. Era isso que tudo estava se tornando, num pesadelo. Daqueles que te prendem e não deixam você acordar, para sentir na pele tudo aquilo e ainda lhe deixar nervosa. Blergh. Nem coragem pra tomar uma atitude eu tinha, home. E foi num berro que notei Lucy cair ali mesmo, meio que desmaiando, em seguida. — Lucy?! — Um misto de confusão veio com a minha voz rouca, e tristonha, também. Fui até ela e abaixei-me para a por em meu colo, enquanto procurava maneiras de acorda-la. Vê-la ali, bem perto a mim, me fazia ceder automaticamente e com isso lágrimas caiam perante meu rosto, mas logo as enxuguei e respirei fundo. Esse não era o momento exato para desabar, não mesmo.

Quando notei um pequeno movimento dela e fui me afastando da mesma, colocando com cuidado, sentada, encostada a uma coluna e sem hesitar voltei para onde estava, apenas a encarando. Anne, Carrie e eu? O que tinham esses nomes? Franzi o cenho com uma cara meio “what?”. — Mellanie, sou eu. E quem são essas outras que citou nomes? — Questionei-a, sentindo minha cabeça voltando a latejar. Mas espera. Se possivelmente são quadrigêmeas, isso significa que, esses nomes são das outras duas que restam? Estava sem reação, sem raciocínio, não sabia muito bem o que fazer numa situação dessas, se bem que tento passar a fisionomia de alguém que está com a situação firme em mãos, aquela que sabe muito bem o que fazer, mas realmente era tudo ao contrario.
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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:17


Forget?
wait... you?!

Ainda estava atordoada. Um minuto atrás me forçava a lembrar e não conseguia e agora... Agora tudo me derrubara, voltando com uma rapidez e intensidade descomunal. Me sentia fraca e impotente e eu não sabia se era uma boa ideia demonstrar isso a ela. Eu queria lhe contar tudo, detalhe por detalhe, não só porque ela merecia saber, por sermos gêmeas e essas coisas. Dava para sentir, no clima todo que percorria naquela sala que precisávamos uma da outra. Gostaria de sentar, respirar e poder falar com ela. Tentei segurar o máximo de ar em meus pulmões, passando as mãos pelos cabelos e voltando minha atenção a minha, ahn... irmã.

Aproximei-me dela um pouco, tentando manter a calma. Aquilo tudo parecia uma loucura. Aquilo tudo era uma loucura. Fixei-me em seus olhos que brilhavam. Ela tinha chorado? Aquilo me deixava de coração partido, mas a ideia de que ela tivesse chorado por mim me fez sentir mais confiante, mas ao mesmo tempo pior. Eu devia cuidar dela e das possíveis outras, mas eu sempre estragava tudo. - Mellanie, precisamos conversar. Temos que, hum, respirar e manter a calma. - Pedi, tentando seguir meu 'conselho'. Aquilo era ridículo. A minha irmã de sangue estava na minha frente e eu me limitava a chamá-la de Mellanie? Mas era o melhor, por enquanto.

Respirei fundo, mas aquilo não me acalmou como imaginei. - Ahn, Mell, certo? - Perguntei, receosa. Se ela não quisesse, acho que podia ser cordial, mas se ela tivesse fugido junto a mim no passado, a ideia de sermos cordiais uma com a outra parecia ridícula. Eu só queria que minha irmã fosse apenas minha irmã. Comecei a me perguntar como nunca tínhamos nos encontrado no castelo. Apostei tudo nela, resolvi confiar nela e começar a colocar os fatos na mesa. - Mell, eu sou clarividente, posso ter visões do passado, do futuro e até do presente. Eu acabei de... Acabei de nós ver quando menores, brincando e fugindo de casa. Desculpe, eu não sei se vai sair muito sentimental, mas, eu preciso da minha irmã. - É tinha saído sentimental e Mellanie não parecia ser muito desse tipo. Ai chega aquela parte de sempre onde a Lucy estraga tudo. Palmas, Lucy Campbell, palmas. Espera, provavelmente eu nem era de fato Lucy Campbell.

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:17

"Anda, Scarlett! Fala alguma coisa, deixe de ser inútil ao menos uma vez, anda!" Dizia o meu subconsciente que depois de tempos, resolveu falar. Mas não pra ajudar, como de costume, e sim, atrapalhar ainda mais coisas. Tentei me controlar, vai que eu gritasse de repente com minha própria mente e Lucy pensasse que estava ficando louca ou tendo uma crise nervosa? Não, por favor. Parecia que vivia alguém em minha mente, que falava comigo, que era meu outro eu, só que um tanto diferente, ou pior. Vai lá se saber o que é. Não sabia exatamente o que fazer agora, eram tantas coisas; 1) sair correndo dali, abandonar tudo e fugir de Beauxbatons (o que me traria sérios problemas), 2) baixar a guarda e contar-lhe tudo que ela precisava saber ou 3) simplesmente continuar mantendo a calma e finalmente poder conversar com ela. Hm, pensando bem, a melhor opção - digamos assim - teria sido a 3, e seria com esse pequeno conselho mental que iria mudar o clima por ali. A partir de agora.

Sem hesitar voltei minha atenção para ela, que agora se aproximava de mim incrivelmente no mesmo momento que eu iria fazer tal coisa. Parecia que pensávamos as mesmas coisas, porém ela foi na rápida dessa vez. Sua expressão era um tanto diferente das anteriores, eu deduzia isso como um ponto positivo já que ambas mostravam estar ainda mais confiantes uma na outra. Pelo menos era isso que eu pensava comigo mesma. — Calma eu já estou, hm, estamos, supostamente. Agora pulemos para a parte que precisamos conversar. Acho que devemos explicações uma para a outra. — Falei, tentando ao máximo relevar o modo que falo, não queria que Lucy pensasse coisas negativas sobre mim sem ao menos saber quem realmente sou. Idiota, era o que eu era. Tendo a oportunidade de abraçar minha irmã pela primeira vez na vida e estou aqui me fazendo de durona, impedindo que meus sentimentos se mostrassem. Enfim, é a vida.

Liberei todo aquele peso de meu corpo, causado por todo aquele clima tenso e logo em seguida suspirei, mordiscando o lábio inferior. Passei a ouvir atentamente tudo o que ela iria me dizer, e foi aí que eu me impressionei no que eu havia acabado de escutar. Não por ela ser clarividente, mas sim porque Lucy foi capaz de me contar o que talvez possa ser um segredo. Na parte dela ter visto nós duas no passado, em dois diferentes momentos, me fez pensar que talvez esse sentimento que pede pra sair de mim seja pelo fato de ser bastante apegada a ela desde pequena. É, talvez seja. Mas, aquilo que me deu um aperto no coração foi quando a mesma falou que precisava de mim, da irmã que nunca teve ao seu lado. Tá, chega dessa dureza toda. Precisava de minha irmã. — Lucy... — Murmurei, deixando que as lágrimas caíssem pelo meu rosto, finalmente eu havia cedido a tudo, havia finalmente cedido a mim mesma. Enfim a abracei, diferente de todos os abraços que já dei em toda minha vida, a apertava carinhosamente e ao mesmo tempo molhava seu ombro com minhas lágrimas. Coisa melosa por demais, mas aquilo me deixou totalmente bem.
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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:18


Forget?
wait... you?!

Confesso que estava meio apavorada, podia me assustar inclusive com o pôr-do-sol que se iniciava neste momento, lá fora, mas meu consciente não me permitiu nem se quer cogitar a ideia. Não mantinha uma posição forte, claro que não, porque por mais que eu quisesse, era incapaz de mostrar algo que eu não sou, nem era naquele momento. Quando me aproximei ela pareceu se assustar um pouco, imaginei que ela ficaria na defensiva, mas foi apenas um vislumbre da minha parte. Já estava começando a interpretá-la errado e isso era bastante ruim. Eu ia me dar mal se continuasse agindo como uma idiota, pensando demais. A escuridão já começava a dar sinais. Quantas horas eram mesmo? Não me lembrava e na verdade, só pensava nisso com o intuito de me distrair. Meus cabelos já não pareciam tão loiros e aquela tonalidade clara me irritava profundamente. Queria meus cabelos escuros de volta. Mas é claro que não era hora de pensar nisso neste momento. Eu tinha que parar de encontrar distrações e tentar fugir das questões reais. Mas se ejá estava assustada tempos antes o comentário sobre 'dar explicações' me fez estremecer. Ela sabia mais coisas do que eu? Não, não, Lucy, ela também não se lembra de muito. Pelo menos acho que não. A ideia de que ela esconderia algo mim me pareceu tão absurda que me perguntei o quão idiota eu poderia ser. Muito, é. Eu estava confiando nela e acho que ela percebeu que eu era bem confiável também. Digo, eu acho que sim.

A possível dúvida que eu pudesse ter de que ela não confiava em mim foi me parecendo cada vez mais boba e mais distante até que nem me lembrava mais da tal desconfiança. Talvez um pouco, mas nada que ainda me fizesse questioná-la. Ela me olhava e ouvia minha pequena revelação com atenção, mas a verdade era que o que eu mais me segurava para não fazer era correr pra seus abraços e me aconchegar. Eu estava com medo e parecia uma garotinha perdida, enquanto Mell se mostrava tão segura e forte que só o que eu queria era poder ter um pouco disto. Até sentia uma pontada de inveja. Eu mal conhecera minha irmã perdida e já arranjei razões para invejá-la. Mas que lindo, Lucy, realmente diplomático, querida. Eu não queria chorar, de verdade, queria manter a postura como ela, não me lembrava bem de como ela era psicologicamente quando éramos menores, mas sua força era surpreendente. Apertei as unhas nas palmas das mãos, me forçando para não desabar, mas não pude mais me conter quando nem Mellanie o fez. Esqueci as palmas das mãos, tirando as unhas dali e me joguei em seu colo em meio ao choro das duas. Abracei-a, entrelaçando minhas mãos em suas costas, apertando-a com os braços e chorando como nunca tinha chorado na vida. Eu precisava dela. Eu queria ela perto de mim. - Mell, me promete que vamos ficar juntas? - Pedi, sabendo que devia ser muito meloso tudo isso, mas eu precisava ouvir que não iríamos mais nos separar e ter que sofrer buscando lembranças.

E então uma pergunta surgiu em minha mente. Franzi o cenho, já respirando fundo, tentando conter o choro, mas ainda sem soltá-la do abraço. O que havia acontecido com a minha memória? Por que nunca me lembrei de nada disso? Era quase maluquice não ser capaz de lembrar coisas como aquelas, inclusivo considerando nossa idade. Sete anos, eu acho. Nunca tive nenhuma lembrança de antes dos oito anos, mas por que? Afastei-a devagar, até nós duas ficarmos cara a cara, ainda soluçando, mas tinha que lhe dizer. - Não estranhe, Mell, mas... C-como? Como nos separamos? Minha lembranças, não tenho nenhuma, nunca consegui me lembrar de nada antes dos meus oito anos. - Contei, jogando todas as cartas na mesa. Não imaginava que ela entendesse o porquê do sumiço da minha memória, mas seria bom que soubesse o que estávamos 'enfrentando'. - Escuta, ahn, eu acho que sou adotada, mas, como eu disse, não me lembro de nenhum orfanato nem nada. Meu nome ainda é Lucy, Lucy Elizabeth Rewards Campbell. E-eu acho que você deve saber, não sei. Ah sim, eu fui registrada com uma gêmea, mas o nome dela não é Mellanie, não é Carrie, nem Anne. É Amber. Isso é estranho, porque ela nem é tão parecida comigo. Não como gêmea. O que aconteceu com você? - Perguntei, estava confusa em relação a tudo. Não sabia mais de nada, minhas origens ou coisa alguma. Então ouvi o que ela relatou e esperei, digerindo tudo. E então me lembrei de uma coisa e estiquei o braço direito, entre nós duas. - A única coisa que tenho do passado acho que é isto. - Contei-a, mostrando a bela pulseirinha de ouro com o nome 'Lucy' gravado nela. Ela sempre me fora estranha, achei que talvez as outras gêmeas tivessem algo assim. Vislumbrei o céu. Já estava azulado, num tom escuro. Eu ficaria ali a noite toda se preciso, mas iríamos esclarecer as coisas sobre o nosso passado.

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Mensagem por Mell Wittels. Braddock Qui 7 Ago - 21:18

Talvez esse seja o momento certo para lhe contar tudo que sei, mas vai que ela passe a odiar o Bryan pelo que ele fez? Não quero causar uma briga entre nós, não agora que precisarei dele mais que tudo na vida. Todavia eu tinha que confiar nela, tinha que lhe contar de nosso passado; ou boa parte que sei dele. Incrível era lembrar mais de Lucy do que das outras, sim, eram quadrigêmeas, mas só me lembro de Lucy colada comigo, porque era sempre "Lucy e Mellanie" que uma mulher - um tanto 'velha' - pronunciava todos os dias, todas as horas. Minhas lembranças, ou o que Bryan me contou se baseou em Lucy. Sim, por alguns minutos consegui juntas as peças do quebra-cabeça que queria conseguir montar a um bom tempo. Será que e por isso que depois de um bom tempo em Beauxbatons agora que nos reencontramos? Por pura ironia do destino, logo nós duas? Queria poder sair dali e leva-la comigo para um lugar onde pudéssemos conversar em paz, porém não pensava em melhor lugar como o observatório e nem sabia quando poderia ter outra oportunidade de ter esse encontro com Lucy. Jogar as cartas na mesa, é. Só esperava que uma parte do que sei não fosse verdade, que não tivesse sido ela. Seria demais pra mim, não queria perder a confiança que pusera nela logo nesse momento tão delicado. Um turbilhão de pensamentos hiper diferentes passavam-se por minha cabeça, era difícil evitar de imaginar o pior naqueles segundos, ainda mais com tal possibilidade. Balanceei a cabeça negativamente e mordi o lábio com força, tentando afastar aqueles pensamentos obscuros e poder focar-me ali, naquele momento, em Lucy e naquele abraço que me fez tão bem. Era como se naquele abraço eu mostrasse para ela o quando confio na mesma e talvez Lucy quisesse demonstrar tal coisa também, ao me abraçar de um modo necessitado, sabe? Claro, era meu dever protege-la, cuidar dela, essas coisas, mais que nunca. Principalmente agora que, vamos enfrentar trocentos problemas. Quando olhei de relance para o lado, percebera que já estava anoitecendo, sim, passamos horas ali, não sei quantas, mas passamos. Passou tanto tempo assim e eu não percebi? Pelo jeito focalizei demais naquela situação. Fuck off. Aquilo era bastante importante pra mim e pra ela, mesmo sabendo que a partir de hoje, tudo isso pode mudar nossas vidas, mudar nosso rumo.

Cessei o choro, respirando fundo e voltando a postura de um pessoa relativamente 'calma'. Precisava demonstrar tal coisa, ou estaríamos ferradas. Sabia que Lucy estava piorando, mas - assim como eu - também não demonstrava, não tanto. Não deixei de abraça-la, apenas deixei que ela chorasse e me apertasse a vontade, sentir aquilo era uma sensação que nunca havia tido em toda minha vida. — Prometo, claro que prometo. — Respondi-la, com um tom de voz confiante. Queria passar pra ela que eu realmente confiava nela, e que a mesma estava segura comigo. Até pensava em falar com ela agora, porém sabia que Lucy tinha mais coisa a falar, então me restava esperar ela encerrar. Foi aí que quando terminei de pensar em tal coisa, ela se afasta, encerrando o abraço e passamos a ficar frente a frente, mais uma vez. Nunca erro no que digo ou penso, é. E então ela fala sobre não lembrar de nada, apenas dos oito anos em diante. Daí pude ter certeza do que Bryan me contou; pelo menos de mais uma parte, sim. Rewards? Mesmo? E Campbell? Sério isso? Tudo parecia se encaixar agora, mas, ao mesmo tempo tudo parecia ficar ainda mais sem sentido. Estava perdida mais uma vez. Parabéns, Mellanie, quem manda saber de tudo. A única coisa que me deixou bem foi saber que seu segundo nome era o mesmo da nossa mãe, Mellanie Elizabeth. Sentia-me honrada por meu nome ter sido o mesmo de minha mãe, quase sempre que diziam meu nome lembrava-me dela, mesmo nunca tendo a visto, sempre me vinha um tipo de 'visão' que mostrava uma bela mulher sorrindo e acenando pra mim, como se estivesse me protegendo todos os dias. Antes que eu pudesse responde-la, observei a pulseira com seu nome gravado nela. — C-calma, eu vou te explicar tudo, eu vou. — Falei, respirando fundo e juntando toda a coragem - se é que ainda tinha - pra poder contar tudo que sabia. — A pulseira, foi Bryan que lhe deu, foi para identificar todas nós. Alias, Bryan é me... Nosso, pai. Fui a única que cresceu com ele, cada uma de nós tivemos um destino diferente, menos eu. Bryan sabe de tudo, porém ele me contou apenas algumas coisas, então, vou te contar o que sei. — Pausei, entregando-lhe a pulseirinha, seguidamente lhe mostrando o colar, também de outro ouro, com meu nome gravado. — Sobre suas lembranças, Bryan fez com que todas fossem esquecidas por todas as quadrigêmeas. Todas sofremos o efeito do feitiço, porém, não funcionou perfeitamente comigo, pois lembro de algumas coisas de minha infância. Esse foi um dos motivos que Bryan resolveu me criar, por eu saber demais e capaz de por em risco nossas vidas. É como se, eu fosse a chave de tudo, entende? — Prendi ao máximo o choro e passei a mão pelos cabelos, nunca tinha contado aquilo para ninguém e mesmo sabendo que Lucy tem a ver com aquilo, contaria tudo para ela. — Demétria, é o nome de sua mãe, não é? Ela era a melhor amiga de Mellanie a muito tempo atrás, as duas viviam coladas, até que Bryan surgiu na vida das duas. Sim, Demétria se apaixonou como nunca por Bryan, todavia o mesmo se apaixonou por Mellanie, e vice-versa. O amor não correspondido de Demétria transformou-se em raiva, digamos assim, e ela jurou acabar com a vida dos dois, de qualquer maneira. Pelo que sei, no nosso nascimento, Mellanie morreu por antes mesmo já estar doente, e só conseguiu viver até o parto. Pulando essas partes, um tempo depois, Bryan contou-me Demétria e mais dois carinhas invadiram nossa casa, e tocaram fogo. Todos estavam dormindo, o que dificultou as coisas. Porém Demétria queria causar coisa pior com Bryan, correu para o quarto onde ficávamos e quando as viram, levou embora três gêmeas. Por que eu fiquei? Porque eu estava com minha tia, em um outro quarto. Acho que isso aconteceu quando tínhamos um ano, ou quase isso. Bom, pelo que parece você ficou com ela, as outras ela deve ter jogado em um orfanato qualquer, em cidades vizinhas quem sabe. — O ódio que possuía de Demétria era grande, o desejo de me vingar também era grande, mas agora teria de evitar contar isso a Lucy. Tinha medo de como ela iria reagir à tudo aquilo, do que era iria fazer depois disso. — Lucy, promete que tudo que eu te disse e que vou dizer, vai ficar apenas entre nós? — Perguntei, encarando-a. Não queria estragar nossas vidas, ainda mais agora com Bryan viajando e sem poder nos ajudar caso agíssemos. — Continuando. A sua clarividência, foi herdada por nossa mãe, caso não saiba. Essa Amber, não é sua gêmea, deve ser alguma filha de Demétria que a mesma registrou como gêmeas por ela parecer com você. — Comentei, estalando meus dedos diversas vezes, procurando manter a calma.

— Eu cresci com os Wittelsbach, com meu pai e outros parentes, mas com o tempo ele foi me contando minha história, quer dizer, nossa história. Você lembrou de nós duas com mais ou menos sete anos porque estávamos em um tipo de acampamento, mas nem Bryan nem Demétria sabiam que iriamos nos encontrar naquele dia. Eu mais ou menos lembro de quando te encontrei numa casa, eu já sabia das coisas naquela idade, por isso tentei fugir contigo. Você aceitou mas, fomos encontradas por uma mulher desconhecida, que nos trouxe de volta. Bryan e Demétria discutiram naquele dia, e depois dali nunca mais te vi. — Uma lágrima caiu em meu rosto depois disso, não pude conter. Joguei-me no chão, encostando-me na coluna mais uma vez. Não tinha mais forças para falar, não tinha mais forças para quase nada. — V-vai dar tudo c-certo, okay? — Disse, com uma voz fina, antes de sentir meu corpo ficar totalmente fraco, tudo ali girava. — Lucy. — Foi a única coisa que consegui murmurar, antes de apagar de vez.

Off: Me inspirei demais, mano. Também criei uma traminha do passado e é isso aí. Bjs. -Q

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Mensagem por Lucy Bradd. Campbell Qui 7 Ago - 21:21


Forget?
wait... you?!

Me sentia muito frágil e burra. Mell sabia de alguma coisa e eu soube disso desde o 'esclarecer coisas', mas agora com o 'vou te explicar tudo', sentia como se alguém tivesse arrancado um pedaço de mim e depois dito, agora ache a outra parte. Eu não gostava de desafios, não mesmo. E isso me soava como um. Mas a culpa não era minha. Eu não pedi pra esquecer de nada. Não pedi uma vida complicada.

Mellanie começou a me explicar tudo, mas não sentia nada ficando mais claro. Não, não. Eu... Eu tinha um pai? Sempre pensei que tinha abandonado minha mãe. Mas aquela nem era minha mãe. Era só alguém que me acolhera. Pelo menos por agora, ainda nesse começo de fatos. Ela começou a se dispor a contar-me tudo. Estava feliz por ser a primeira das gêmeas a encontrá-la, não sabia bem o porque, talvez apenas porque conversar e estar com Mell me fazia bem. Senti que ela iria começar a chorar de novo e apertei a mão dela. Força. Por nós todas. Ela tinha que me dizer, não podia suportar tudo sozinha. Balançava a cabeça freneticamente, como se compreendesse tudo e estivesse acompanhando seu raciocínio. Mas... Mas, porque Bryan fizera aquilo? Apagar nossa memória? Aquilo me soava ridículo, na verdade.

Até que arregalei os olhos instantaneamente. A morena me perguntava sobre minha mãe. O nome dela. Assenti, presunçosa, mesmo percebendo que era uma pergunta retorica. Tinha medo do que ia ouvir, diziam que era ruim mexer no passado. Então vamos descobrir. Ok. Melhores amigas. Sempre que uma história começava por isso ficava ruim. Experiência própria, sério. Ouvia tudo atentamente, mas algumas lágrimas finas escorriam pelas minha bochechas meio rosadas. Minha mãe? Quer dizer, Demétria? Por que tudo aquilo, afinal? Amor? Amor era uma droga. Eu não podia acreditar. A mulher que eu amava, que me protegia esse tempo todo na verdade só queria meu mal? Eu estava frustrada, com ódio. Ela estava se aproveitando de mim o tempo todo? Mas não, ela não me merecia, não ia sofrer por ela. Não ia derramar mais lágrimas por aquela mulher. Nunca mais. E isso era uma promessa. Enxuguei as lágrimas com raiva, mas tinha certeza que estava pálida. - Prometo. - Disse, o mais calmo que pude, pra mim e para ela.


Bryan. Guardei aquele nome, o nome do meu pai, do nosso pai. Passei anos da minha vida achando que o meu havia me abandonado, mas, na verdade, eu sempre tive um me esperando, lembrando de mim. Um pai que me amava, acredito eu. Mas eu tinha uma certa magoa dele. Por que só criara Mellanie afinal? Por que não correu atrás de mim - de nós - quando Demétria havia nos sequestrado? Ah, claro, devia preferir a casa. Ele já tinha uma filha, uma filha com o nome da amada, pra que mais três? Por que quando eu encontrei Mell no acampamento ele não lutou por mim? Não, ele não me amava e era ilusão da minha parte ter acreditado no contrário. Bryan nunca me amou de verdade. Nunca me amou como amava qualquer uma das 'Mellanies'. Me deixou acreditar que meu lugar era em outra família, com outra mãe, outra irmã. Mas não era típico meu guardar rancor, só não choraria por ele também. Ele e Demétria se mereciam, na verdade. Dois manipuladores. Graças à Merlin o meu dom vinha de minha mãe. Não suportaria que viesse da família dele, não, não.


Se estava indignada? Claro que estava. Tinha orgulho de dizer, 'eu sou uma Campbell, tenho sangue deles', mas e agora? Eu me orgulho de ter feito parte dos Campbell? Uma parte de mim dizia que não, mas a outra parte tinha certeza que sim, afinal, a família toda não se resumia naquela comensal idiota. O que eu era agora afinal? Uma Wittelsbach? Isso tudo era confuso. Meu cérebro trabalhava a mil por hora. Mellanie estava se esforçando para me contar tudo, se lembrar de tudo. Não queria que ela exigisse tanto de si. Abri a boca pra lhe dizer que estava tudo bem, que não precisava continuar, quando ela desabou. Me joguei ao seu lado, de joelhos, as lágrimas recomeçando a surgir. - Eu sei que vai. Eu tenho você. E você sabe que tem a mim. É só isso que nós duas precisamos. - Disse, sorrindo, em meio ao choro. Então ela disse meu nome e imaginei que ela fosse me explicar mais alguma coisa, mas seus olhos se fecharam. Ok, era a vez dela de ter uma recaída. Envolvi-a em meus braços. Precisava tirá-la dali, mas queria vê-la de novo. Tirei a varinha do bolso. - Accio pena e pergaminho. - Pronunciei. Um pedaço de pergaminho e uma pena esverdeada apareceram voando da porta. Dei de ombros. Depois eu devolvo. Pensei um pouco e anotei. Me encontre amanhã no Bosque de Carvalhos, não se force a nada. Só quero saber sobre a minha irmã. Nada de passado. Quer dizer, quem sabe um pouquinho mais, mas não tenha, ahn, esperanças. Depois do almoço. Coloquei o papel rabiscado em sua mão. Não sei se ela checaria os bolsos. Com dificuldade carreguei o peso de nós duas, me levantando e depois saindo dali com ela em meus braços nem tão fortes.


Lucy Bradd. Campbell
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